terça-feira, 1 de novembro de 2011

Ninhais


Tão sublime, tão sutil , complexa e intensa, a natureza
em seu estado mais puro
de graça no anonimado das matas, se reinventa,
se ergue, se protege, se ampara , se multiplica.
E no mais pleno silencio de todas as coisas,
eclode e faz sua obra...(lucas)


Não quero perder as minhas asas, por isso não vou crescer
apenas me desenrolar...(Lia Luft)

Despertamos para a Vida que pulsa, que vibraque vaza,

que canta, a cada minuto e momento!!!... e adormecemos,

às vezes, cobertos por cinzas do cotidiano, que obscurecem

o colorido exuberante e vivaz dos instantes,

quando sorvidos com intensidade, vontade, paixão!...

Talvez, tenhamos que adormecer e despertar,

tantas vezes, durante a trajetória vital, simplesmente para

não esquecer de nossa fragilidade e força, para nos relembrar,

todos os dias e horas, da finitude infinda de tal tessitura:

dos fios que nos bordam, nos envolvem e enlaçam,

das linhas que nos desenham, conduzem, entrelaçam,

da urdidura incessante e mirabolante da história.

Talvez, precisemos despertar, adormecer e sonhar,

para que sejam reinventadas as cores e esperanças, as cintilâncias

que entrevemos nas frestas do cotidiano (aparentemente) banal...

Assim, vamos vislumbrando as fulgurações do afeto,

do amor e da arte, nas aberturas das noites, das manhãs,

dos meses, na travessia dos séculos, no girar do mundo,

dos astros, das constelações... Quem sabe, nos arrisquemos

aos vôos e travessias, e viajemos, à deriva, em alguns momentos

venturosos de luminosidade azul-lilás, entremeados de turquesa,

alizarim, violeta, e respingados de verde ou coral,

em que possamos sentir a alma bailando aos quatro ventos,

na direção deste saber insabido e volátil que nos move, nos instiga,

impulsiona!... Entretanto, para isso precisamos navegar

com vontade e coragem, entre cinzas e cintilâncias, alimentar

as esperanças, exercitar as asas, todas as noites,

todas as horas, todos os dias!!!

(Ana Luisa Kaminski)

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