O SILÊNCIO DAS ASAS...

O SILÊNCIO DAS ASAS...
Este é um canal aberto pelo qual atrevo-me a deixar os sentidos em incubação até que eles transcendam e se transformem numa febre ardente,louca, amável e pensante,para que os olhos trafeguem livres por entre as imagens mudas sobre o grito das palavras soltas. Porém cada fragmento aqui lapidado tem cheiro de terra,jeito de arte, gosto de vida e sabor de pólem. São como as folhas esquecidas que choram no outono,é como um beijo liberto no vazio para que possa ser levado suavemente no assanhar colorido das asas inquietas das borboletas...(lucas)

O Silêncio das Asas

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Poética do dia!




Teu nome, voz das sereias,
Com timbre refinado do mais puro
Som da profundeza das águas...
Teu nome, o meu pensamento,
Imóvel... quieto em qualquer lugar...
Escrevi-o nas areias,
Na água - escrevi-o no vento...
E ele se vai...e ele se foiiii.... (Lucas)
Túmulo de Jesus em 360 graus ...

Vale a pena ver, é como se a gente estivesse lá.

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A felicidade sentava-se todos os dias
no peitoril da janela.
Tinha feições de menino inconsolável.
Um menino impúbere
ainda sem amor para ninguém,
gostando apenas de demorar as mãos
ou de roçar lentamente o
cabelo pelas faces humanas.
E, como menino que era,
achava um grande mistério
no seu próprio nome.

... compreendi, então, que a vida
não é uma sonata que,
para realizar a sua beleza,
tem que ser tocada até o fim.
Dei-me conta, ao contrário,
que a vida é um álbum de mini sonatas.
Cada momento de beleza vivido
e amado, por efêmero que seja,
é uma experiência completa que
está destinada à eternidade.
Um único momento de beleza e
amor justifica a vida inteira.
Rubem Alves

Para atravessar contigo o deserto do mundo
Para enfrentarmos juntos o terror da morte
Para ver a verdade, para perder o medo
Ao lado dos teus passos caminhei.
Por ti deixei meu reino meu segredo
Minha rápida noite meu silêncio
Minha pérola redonda e seu oriente
Meu espelho minha vida minha imagem
E abandonei os jardins do paraíso.
Cá fora à luz sem véu do dia duro
Sem os espelhos vi que estava nua
E ao descampado se chamava tempo.
Por isso com teus gestos me vestiste
E aprendi a viver em pleno vento.

No silêncio eu busco uma palavra qualquer.
É o momento de encontrar uma certa placidez,
que costuma sair de cena nas horas mais improváveis.
Sigo me desdobrando,
esbaforido por aí no ramerrame cotidiano,
e demanda certo tempo
até eu conseguir me recompor de todo.
Isso porque tenho consciência do
meu ritmo parabólico de ser,
que vibra no cume do vértice antes de
perder força ladeira abaixo.
E cada um sabe como cair no tempo
ue lhe for conveniente.
Sei que me esgueiro entre as minhas aflições,
angústias e loucuras,
fruto de desesperos esparsos e intermitentes,
que eu tento comedir.
É que certas dores ainda me encabulam.
Só a luz noturna as conhece.
Onde meu mais íntimo eu me enfrenta com seriedade...
Mas este medo (se é que uma palavra possa
resumir esses muitos estados de espírito)
eu posso revelar: ele é provocado por um sentimento
novo que vem me visitar sem sobreaviso
da porta de casa. Se eu não atendo logo,
talvez esse meu novo sentir
se desmanche na liquidez das minhas incertezas.
Por isso, é mais prudente abrir o
portão e deixá-lo entrar.
Só que antes eu peço a gentileza de
me esperar por dez minutos.
É só o tempo para que eu consiga me
desopilar antes de abrir-lhe
as portas desta alma velha que vos fala.
Ainda preciso enxugar o riso molhado
do meu choro invisível.
Vontade de voltar pra casa ás vzs,
para o lugar mais incerto
De todas as minhas certezas...

Mel silvestre tirei das plantas,
Sal tirei das águas, luz tirei do céu.
Só tenho silencio para vos dar.
Abancai-vos, meus irmãos.
Ouçam-me os que puderem...
Para entrar em estado de árvore é preciso
partir de um torpor animal de lagarto às
3 horas da tarde, no mês de agosto.
Em 2 anos a inércia e o mato vão crescer
em nossa boca.
Sofreremos
alguma decomposição lírica até
o mato sair na voz.
Hoje eu desenho o cheiro das árvores. (MB)


EM MIM UM TANTO DE TERNURA

E UM TANTO DE BRAVURA.

TALVEZ EU SEJA FORTE POR TER NASCIDO

ENTRE AS MONTANHAS DOS

LUGARES ESQUECIDOS...

TALVEZ EU SEJA DOCE POR TER ME CRIADO

JUNTO AOS POMARES DO QUINTAL...

TALVEZ EU SEJA BRAVO,

POR PERTENCER A LINHAGEM

DOS QUE DESBRAVARAM E

E REVELARAM O VERDE PRADO

E AS COCHILHAS GELADAS DO PAMPA...

MAS TALVEZ EU NÃO SEJA NADA DISSO

E ESTEJA APENAS SEGUINDO...

E DESCOBRINDO QUEM SOU...(Lucas)


Então uma voz que eu não ouvia há muito tempo,
tanto tempo que quase não a reconheci
(mas como poderia esquecê-la?),
uma voz amorosa falou meu nome,
uma voz quente repetiu que sentia
uma saudade enorme, uma falta insuportável,
e que queria voltar,
pediu, para irmos às ilhas gregas como
tínhamos combinado naquela noite.
Se podia voltar, insistiu, para sermos felizes juntos.
Eu disse que sim, claro que sim, muitas vezes que sim,
e aquela voz repetiu e repetia que
me queria desta vez ainda mais,
de um jeito melhor e para sempre agora.
E logo tudo tornou-se silêncio
com os primeiros raios da manhã...

"Que pode uma criatura senão,
senão entre criaturas, amar?
amar e esquecer,
amar e malamar,
amar, desamar, amar?
sempre, e até de olhos vidrados, amar?

Que pode, pergunto, o ser amoroso
sozinho, em rotação universal, senão
rodar também, e amar?
amar o que o mar traz à praia,
o que ele sepulta, e o que, na brisa marinha,
é sal, ou precisão de amor, ou simples ânsia?
Amar solenemente as palmas do deserto,
o que é entrega ou adoração expectante,
e amar o inóspito, o áspero,
um vaso sem flor, um chão de ferro,
e o peito inerte, e a rua vista
em sonho, e uma ave de rapina.
Este o nosso destino: amor sem conta,
distribuído pelas coisas pérfidas ou nulas,
doação ilimitada a uma completa ingratidão,
e na concha vazia do amor a procura medrosa,
paciente, de mais e mais amor.
Amar a nossa falta mesma de amor, e na secura nossa
amar a água implícita, e o beijo tácito, e a sede infinita."

Carlos Drummond de Andrade

Quero apenas cinco coisas
Primeiro é o amor sem fim;
A segunda é ver o outono;
A terceira é o grave inverno;
Em quarto lugar o verão.
A quinta coisa são teus olhos,
Não quero dormir sem teus olhos.
Não quero ser, sem que me olhes.
Abro mão da primavera
para que continues me olhando.
Pablo Neruda
As poucas horas dissolvidas,
muitas vezes se fizeram dias.
Dias de atravessar noites ouvindo Nina Simone,
e o rouco Solitário do velho Blues
pra me sentir
mais meu e menos metade de mim...
e de alguém... (Lucas)

É Preciso acreditar mais, confiar mais ainda,
saber que nada é aleatório.
Às vezes uma determinada situação nos sacode,
vem nos tirar da inércia ou da acomodação,
e não é fácil, é sofrido,
às vezes uma metamorfose,
uma grande transformação...
E vamos que vamos!!!
Abraços fraternais! Lucas

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