A vida é poesia e música, caminho,
encontro, planícies, ar.
A existência é poema e barulho,
estrada, distância, labirinto,
gases sufocantes. E a violência feita
contra um ser, qualquer ser,
é feita contra todos e contra o Eterno!
O amor é mesmo semear atos de bondade!
A sabedoria é nunca chamá-las de semente!
E o coração é o universo onde
a vida é privilegiada com Shalom.
Ali não há gritos, mortes, violação somente música,
e serenidade, e lealdade, e afeto, e delicadeza!
Caminhos largos para pessoas, porque, afinal,
um jardim não é sem pessoas.
E não se aborreça se elas criarem
passagens entre flores, de terra
socada apenas, para irem e virem
e estarem, porque essa é a vida
de ser humano: abrir passagens
mas, não destruir o jardim.
Não queira mais que isso! As borboletas
e anjos ficam por conta do Eterno.
Transforme a vida numa casa,
mas não use material descartável.
Ela deve durar e trazer saudades,
e deve deixar lembranças,
lançar raízes profundas e dar frutos.
Abra as janelas em todas
as direções e erga um teto alto,
que acompanhe o telhado,
a fim de ter bastante ar e música
espalhada como unção e bênção humanas.
Na casa, filho, tenha poucas coisas – mais pessoas!
Nenhum negócio e muitos encontros.
Entre coisas, prefira as simples,
rústicas e duradouras. Entre pessoas,
as plenamente humanas.
E, entre elas, as mulheres!
Especialmente as que cheiram Poesia
e possam ser chamadas “Bênção de D’us”,
pois os seus sentidos
são desenvolvidos mais que em pessoas,
o seu cheiro é mais agradável
e quando abrem a boca, levam
Poetas para todos os mundos.
...E não se esqueça do café – ele é vital. Feito,
nunca por empregadas,
em coadores de pano.
E servido, nunca para apressados,
em xícaras pequenas, brancas, de ferro esmaltado.
Tudo deve ser demoradamente
vivido e visto, cheirado,
degustado, escutado, falado e
compreendido nunca amanhã!
Por isso mesmo, a sua casa deve ser
o encontro de pessoas boas, coração
e música, muita música!
E poesia – muita Poesia!
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